sexta-feira, 11 de novembro de 2011

NOTÍCIAS - CERRADO


Cerrado ameaçado também preocupa
Segundo maior bioma do país, superado apenas pela Floresta Amazônica, o Cerrado ocupa cerca de 20% do território brasileiro e abriga mais de 1.500 espécies de animais. É também berço de nascentes de rios como o São Francisco, Paraguai e Paraná. Mas os números expressivos não garantem posição de destaque quando o assunto é a preservação ambiental.

Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o ecossistema brasileiro que mais alterações sofreu com a ocupação humana, segundo informações da organização não-governamental WWF Brasil. Estima-se que a partir da década de 1960, cerca de 50% do bioma tenha sido ocupado por atividades econômicas como a pecuária, o plantio de soja, algodão, milho e, mais recentemente, de cana-de-açúcar.

Previsões mais pessimistas chegam a apontar a possibilidade de desaparecimento do bioma. Estudo feito em 2004 pela organização não-governamental Conservação Internacional indica que, se não contabilizadas as áreas de Cerrado que estão protegidas, seja em parques ou estações ecológicas, o restante pode sumir ou se tornar inviável para a manutenção da biodiversidade em 2030.

Frear esse quadro de devastação não é um desafio fácil se considerarmos que a conservação do Cerrado não tem o mesmo prestígio, o mesmo apelo que a preservação da Amazônia na agenda pública. Faltam maior interesse da opinião pública e políticas governamentais.

As mudanças climáticas
A atual situação do Cerrado é uma via de mão dupla quando o assunto é a alteração do clima. A devastação e o desmatamento no bioma respondem por um terço das emissões brasileiras geradas por conta da mudança do uso do solo. Além de contribuir para o efeito estufa, o bioma também é afetado pela mudança do clima. E, como em um círculo vicioso, as conseqüências reforçam as transformações no clima do planeta.

No caso do Cerrado, pesa o fato de grande parte da madeira fruto do desmatamento virar carvão para abastecer siderúrgicas, resultando na emissão de CO2. Pesquisas apontam que 80% do carvão vegetal consumido no Brasil vem das árvores do Cerrado.

Há ainda enorme criação de gado criado nas pastagens abertas em regiões de Cerrado que durante o processo digestivo liberam gás metano, um dos causadores do efeito estufa.

Pesquisadores apontam o Cerrado como o principal bioma responsável pelos sumidouros de carbono. Porém, o aquecimento global pode significar uma mudança de configuração do bioma: cientistas prevêem a abertura da vegetação e a perda de espécies da fauna e da flora. Menos árvores, com a abertura vegetal prevista, e a substituição por gramíneas e herbáceas (que pouco contribuem para a retenção do gás carbônico), significa mais carbono e uma maior retenção de calor na atmosfera.

FONTE: Mudanças Climáticas

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