sexta-feira, 11 de novembro de 2011

NOTÍCIAS - CERRADO


A agonia do Cerrado

A Amazônia é sem dúvida o maior alvo de atenção do Brasil no que se refere a agenda ambiental. Porém, não menos importante, o Cerrado é o segundo maior bioma do país, ocupando 20% do território brasileiro e abrigando nascentes de rios como o São Francisco, Paraguai e Paraná.
Os dados referentes a esse bioma são preocupantes: desde 1960, cerca de 50% do bioma foi ocupado por atividades econômicas como a pecuária, o plantio de soja, algodão, milho e, mais recentemente, de cana-de-açúcar e muitos defensores do Cerrado alertam que ele pode desaparecer em breve, caso os governo não dêem a devida atenção ao bioma.
Com relação às mudança do clima as informações não são nada animadoras. O desmatamento no bioma responde por um terço das emissões brasileiras. Além disso, grande parte da madeira de lá vira carvão para abastecer siderúrgicas, resultando em maior emissão de CO2. Como impactos do aquecimento global, o Cerrado pode registrar perda de espécies da fauna e da flora, ter menos árvores, com a abertura vegetal prevista, e a substituição por gramíneas e herbáceas
Mesmo com esse quadro preocupante poucas ações estão voltadas para o Cerrado. Apenas em setembro de 2008 o Ministério do Meio Ambiente adotou o Sistema Integrado de Alerta de Desmatamento no Cerrado (Siad). De acordo com dados levantados pelo sistema, entre 2003 e 2007, possivelmente o desmatamento no bioma atingiu o equivalente a 16 cidades do tamanho do Rio de Janeiro. O monitoramento e os dados obtidos são ferramentas importantes para que os pesquisadores possam projetar tendências futuras de desmatamento e elaborar estratégias de conservação adequadas e preventivas.
Também faltam critérios para definir as áreas a serem exploradas economicamente. Especialistas defendem que a preservação e o uso econômico são possíveis se tiverem regras claras para o manejo sustentável. Nesse sentido foi criado um impasse: em 2008, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, assinou uma portaria que permite a concessão de crédito oficial a produtores de 96 municípios localizados na área de transição entre os biomas Amazônia e Cerrado, onde ocorrem desmatamentos. A decisão do ministro foi interpretada por ambientalistas como um ato do governo de ceder à pressão dos desmatadores. Enquanto isso, uma mobilização para transformar o Cerrado em Patrimônio Nacional, que começou em 2005, segue sem definição e a proposta está em tramitação no Congresso há treze anos. Com esse status seria mais fácil a adoção de regras claras sobre o uso, exploração e a conservação do ecossistema
FONTE: Mudanças Climáticas

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